terça-feira, 27 de maio de 2008

Divisor de Águas

Entrar para a Faculdade de Psicologia foi uma marco na minha vida.
Até então, embora muito namoradeira, nunca me havia permitido pensar em qualquer coisa relacionada a sexo. Via essa possibilidade como algo longíncuo.
A Faculdade foi o que eu precisava para, definitivamente, abrir a minha cabeça e me tornar ainda mais diferente das pessoas em minha casa. Um divisor de águas.
As aulas eram tão interessantes, com tanto conteúdo...Nem sequer olhava para o lado para conversar, como fazia no 2° grau.
Minha turma era a C que depois se transformou em B. Muitas pessoas não conseguiram terminar o curso.
Assim que saí do meu trabalho, no consultório do Joacy, precisei ensinar tudo o que eu sabia para a nova secretária, que iria me substituir (Gina). Acabei fazendo um vínculo afetivo com ela e passamos a sair juntas.
Gina tinha um namorado que se chamava João. Um dia, me convidou para passarmos o final de semana em Friburgo. Eu fui e lá conheci rapidamente os tios dela e os primos. Eram pessoas muito amáveis. Gostei muito de conhece-los.
Passaram-se uns 2 meses e voltamos a Friburgo. Dessa vez Gina estava terminada com João.
Saímos muito naquele fim de semana. Toda noite, íamos à uma Boate dançar. O primo dela (Robson) ficava mexendo comigo, brincando. Fiquei com ele durante todo o tempo e começamos a namorar.
Ele veio morar em Niterói, porque havia passado para Engenharia na Santa Úrsula.
Era a 1ª vez na minha vida que me sentia realmente envolvida com uma pessoa que estava próxima de mim. Embora ele fosse de Friburgo, a semana inteira passava aqui e depois passei a ir com ele pra lá nos feriados ou sábados.
Foi então que decidi que estava mais do que na hora de fazer sexo. Já tinha lido tudo o que eu podia a respeito, já tinha completado 21 anos. Pensei: "por que não"?
Parti pro médico, pedi um anti-concepcional e comecei a tomar.
Robson ficou assustado quando eu disse que estava na "hora" e me perguntou se eu tinha certeza do que eu estava falando. Eu estava absolutamente segura.
E assim tudo aconteceu, da melhor maneira possível e de uma forma inesquecível.
Nesta mesma época, minha amiga Katarine se encantou com um amigo de Robson e transou com ele lá em Friburgo. Tudo acontecia na casa de Katarine em Friburgo.
Avisávamos em nossa casa que íamos viajar. Ela dizia para a mãe que ia com minha irmã, o marido e as crianças. Eu dizia para a minha mãe que ia com ela, o pai e a mãe. Íamos rezando na ida e na volta para que nossas mães nunca descobrissem que estávamos mentindo. Não tinha como falarmos a verdade!
Eram dias muito bons em que a alegria nos contagiava. Ríamos, íamos ao mercado, tentávamos cozinhar. Ótima fase.

Katarine e Eu em 1976

2 comentários:

Scarpa disse...

hahahahah òtimo!
Divisor de águas mesmo, né?
beijos

jussaragilda disse...

Essa história de contar uma coisa pra um e outra coisa pra outra é engraçada e confusa, eu iria ficar tensa! hehehhe!

Beijos, essas histórias vão virar um livro!