quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

31 de Dezembro de 2009

O ano de 2009 termina hoje. Não está terminando do jeito que eu gostaria. Abri mão da minha familia para tomar conta daquela que me botou no mundo.
Passamos o dia sozinhas, tentando administar as nossas conversas, todas partidas por falhas de memória e confusões mentais.
Me disseram que abrir mão da familia em prol de outrem é uma virtude. Bem, talvez eu seja muito mais do que eu imagino que seja. Talves eu devesse valorizar mais as minhas conquistas.
Pensando bem eu acho que valorizo pouco. Acho que é moleza , encaro as adversidades de frente. Posso até me abater no primeiro momento, mas acabo me levantando e seguindo o que precisa ser seguido. Se tem coisas para melhorar, vamos tentar.
O cansaço muitas vezes me abate. Mas aí eu procuro me ocupar com outras coisas que sejam prazerosas para mim. Não posso e não devo me ocupar de negatividades.
2009 me fez enxergar muitas coisa, ter certezas, mudar o meu modo de ver as coisas e as pessoas. Não ser tão crédula e ingênua, dizer mais nitidamente possivel o que minha intuição está me dizendo. Ainda não morri, se ainda tenho 1 fiapo de vida, preciso fazer desse fio um turbilhão de prazeres, não mais me submeter a nada que me prenda.
Abrão alas sobre mim , ó senhora Liberdade! Já dizia a musica! É isso que preciso fazer com todas as minhas forças que me restam.
Esse ano não cumpri meus rituais de final de ano, não fui à praia mergulhar, não levei flores e nem bijouterias para o mar. Fiquei presa dentro de um apartamento, com uma TV ligada e olhadas súbitas no meu Netbook. O que seria de mim sem meu Netbook nesse momento?
Um tédio infindável.
Eu quero o veneno anti-monotonia que Cazuza escreveu. A sorte sorrindo para mim, o trabalho bem reconhecido, dinheiro para as viagens curtas para locais distantes. Isso sim, é vida para mim.
Que 2010 me traga surpresas encantadoras e apaixonantes! Eu mereço tudo de bom!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Mediocridade saudável

Se todas as pessoas que trabalham com a doença mental ou com vara de familia, ficassem só falando de psicoses, neuroses, falando da filosofia de Nietszche, falando das leis, de justiça, conversando sobre a recessão, falando do presidente Lula, que vida elas teriam?
Seriam, provavelmente um porre de se conviver, não é mesmo?
Por isso levanto a bandeira da mediocridade que é falar de pessoas, ler revista "Contigo" e saber das "fofoquinhas" da TV. A cabeça precisa de coisas fúteis, sometimes, para amenizar a rotina do cidadão que trabalha feito um corno, que paga as contas da casa, que administra os filhos, que administra a propria doença e sabe-se lá o que mais ...
Discutir ideias é ótimo, mas não sempre. De vez em quando cai bem falar de pessoas. Das observações que fazemos delas quando estão bebadas, quando estão falando merda... é divertido falar "abobrinhas".
Observar pessoas e analisa-las é mais do que um hobby para mim. É uma coisa que nasceu comigo.
É um serviço prestado. É uma delicia interpretar as entrelinhas dos fatos.
Tenho deletado todos os e-mails que falam de política, de lula, de correntes religiosas... too bored!
Bom mesmo é estar fora da rotina, é viajar para fora do país, ter contato com outras culturas, com outras linguas, experimentar temperos novos, driblar a doença que somos nós.
O mundo dá voltas e tudo muda. Eu posso mudar amanhã. Só os objetos são estáveis.
Hoje eu estou com raiva, mas amanhã posso não estar.
Hoje eu sou engraçada, mas amanhã posso falar coisas previsíveis, ser óbvia.
Aliás, que chatas essas pessoas que são previsíveis!!!
Mas tem uma coisa, você me ama? Então demonstre isso hoje. Amanhã pode ser tarde demais.
Eu poderei não estar aqui e as homenagens devem ser feitas quando estamos vivos e não quando estamos mortos.
Vou nessa!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Nadar e morrer na Praia

É mais ou menos assim que senti o meu dia hoje.
Havia em mim uma ponta de esperança de que tudo poderia estar melhor. Mas , ledo engano... a coisa vem piorando em doses homeopáticas.
Eu venho pensando que as pessoas ruins sempre são mais saudáveis do que aquelas que são boas.
As boas são as que mais aguentam o tranco.
Eu me julgo boa. Muito boa. E a cruz tá me pesando os ombros, assim como pesou os ombros de Cristo. Não... eu não estou me comparando a Cristo. Mas veja, Cristo era ótimo e sofreu à vera!
Sofrer purifica a alma?
Eu devo estar precisando purificar a minha, então...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A dor de ainda estar viva

Não quero que esse post seja visto como uma coisa depressiva e suicida, não é isso.
Apenas quero dizer o quanto tem sido sofrido e doloroso viver como tenho vivido, sempre passando pelos efeitos colaterais, reações adversas...
A vida poderia ser mais interessante, mais bem vivida se não houvesse tantas questões desinteressantes a se viver.
Estou cansada, muito cansada...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Os Flamboyants de São Francisco


Há dias venho observando, quando estou a caminho do trabalho, os Flamboyants floridos da avenida Presidente Roosevelt. São tão lindos e me trazem tantas lembranças...
Por exemplo, me lembro da Alameda Carolina, quando eu ia na casa de Tia Martha bater meus trabalhos de faculdade na máquina de escrever Remington dela. A letra era toda itálica, linda demais.
Papai ficava com ciúmes de eu ir para lá estudar e acabou me dando uma Remington portátil que não chegava aos pés da que eu usava na casa da minha tia. Mas, fui usando mesmo assim.
Lembro do caminho para Teresópolis também.
Quando comecei a estudar os testes psicológicos da faculdade, me lembro de mestre Amandio pedindo para fazermos o HTP (house, tree and person), um teste de personalidade em que temos que desenhar 1 casa, duas arvores diferentes, e duas pessoas de sexos diferentes. A minha árvore era o Flamboyant, todo florido. Depois eu fazia uma mangueira.
Pensei na possibilidade de plantar um arvore dessas aqui na minha casa. Será dificil?
Há poucos dias de começar o Verão, eu me pergunto: por que os Flamboyants não nos trazem mais frescor?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Não sei que título dar a esse meu post de hoje.
A terça-feira começou arrastada, com calor e preguiça, mas aí de repente me lembrei que hoje é aniversario de minha amiga de infancia, Ana Lucia, com quem vivi os melhores anos de minha vida.
Viagens a Teresópolis, Poços de Caldas, visitas à Lucia Pedroso e a vó Luiza em Copacabana. Lembrei detalhes...
Íamos sempre no Galaxy do Tio Murilo. O carro era tão confortável que parecia que estávamos flutuando. Que delícia de tempo. Íamos também à Petrópolis, comiamos num restaurante de massas. Murilo sempre foi empreendedor. Fanny tinha mau humor e chupava o dedo. Eu achava estranho. Quando estava bem humorada era sempre muito amável comigo.
Telefonei para Ana. Dei Feliz Aniversario e conversamos quase 1 hora. Uma intimidade que não acabou. Falamos um pouco de tudo, sem nos aprofundarmos. Mas foi ótimo. Melhor ainda, lembrar daquele passado que me fez tão bem.
Tarde inteira de trabalho, contas a pagar, desejo intenso de mudanças. Mas mudar o que? Não estou conseguindo enxergar.
A cada dia me vicio mais nas maravilhas do computador. O Netbook me acompanha em tudo.
Passado o aniversario, eu penso: será que terei um proximo aniversario?
Não sei essa resposta. A sorte está lançada.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vento Bravo

O Vento sopra de uma maneira agradável agora. Quero que ele traga boas energias para mim.
Adoro o vento no rosto, levantando a saia, esfriando os problemas, amortecendo a dor.
A chuva vem com a força dos trovões e me dá uma certa preocupação: vai cair chuva dentro do meu quarto novamente? Sempre cai, eu sempre me irrito, e não consigo tomar a providencia necessária. Aliás, não tenho conseguido providenciar as coisas que eu gostaria na minha casa por falta de proventos, veja só!
Tudo bem que a vida não é só dinheiro. Tem outras coisas para desfrutarmos da vida. Mas um pouco mais de proventos seria ideal nesse momento.
O vento bravo tenta empurrar a porta agora. Força da natureza. Tenho medo dela.
Eu comecei o dia preguiçosa, desanimada até. Gostaria de ter dormido mais, de ter tido uma consulta mais alegre e positiva. Não que eu seja negativa, mas infelizmente tenho uma lucidez imensa a respeito de mim mesma, não consigo me iludir.
Em vários momentos de reflexão, não consigo me ater ao seguinte fato: por que essa coisa toda veio para mim?
No filme Chocolate, Vienne chega à cidade pelas mãos do vento e muda a vida de todas as pessoas. Pensando bem, eu venho fazendo isso ao longo da minha vida. Através de meu conhecimento, de meu trabalho, de meus estudos,acabo trazendo mudanças, questionamentos, encontros e desencontros. Coisas da vida, com certeza.
Tudo muito bonitinho, mas estou cansada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Causa e Efeito, Ação e Reação


Nesse mundo que me encontro, aprendi que gentileza gera gentileza.
Tá, eu sou gentil. Sou mais do que isso: sou afetuosa, interessada no próximo.Tenho meus momentos egoistas também, como todo mundo. Mas se eu for colocar na balança, sou mais de dar do que de receber.
Na oração de São Francisco de Assis diz "pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna".
Mas a pergunta que não quer calar é: e se você sempre deu o melhor de você e de repente você é esquecido ou ignorado sem explicações? Se as pessoas não conseguem entender o seu momento de fragilidade? Se você faz um comentário sincero e é mal interpretada? Você vai achar o que?
Ação e Reação: vou me distanciar, vou sofrer calada , porque aqueles que diziam sempre te adorar estão se comportando de forma incompreensível e equivocada.
Vocês querem saber de uma coisa? A cada dia me apaixono mais pelo meu cachorro.
Quando chego da quimioterapia, quem está me esperando? O meu cachorro.
Quando estou feliz, quem está do meu lado? O meu cachorro.
Quando estou chorando, quem chega e se deita aos meus pés? O meu cachorro.
Os amigos? Aonde estão? Pensando na vidinha deles. Então vou pensar na minha. Darei a mim mesma a gentileza que mereço.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Amo e Odeio

Amo o som das guitarras, a batida do rock no ultimo grau de volume, identificando o baixo e a bateria. Que delicia ouvir o Queen tocando Don't Stop Now, Roger Daltrey e Pete Townshend cantando "See me, Feel me", Sting pulando com seu baixo tocando e cantando Message in a Bottle, Paul McCartney cantando "Another Day"... o rock é a revolução de uma era. Eu participei dessa era. Mas não vivo de passado. Quem gosta de passado é museu e brechó. Sou saudosista.
Odeio ir a brechós fedorentos, odeio as certezas que algumas pessoas tem em relação a tudo e todos, como se o que elas dissessem fossem o que vale. Odeio quem não se coloca no lugar do outro e sente a dor que o outro sente. Odeio hipocrisias, aquelas que as pessoas mostram uma coisa e fazem o contrario quando estão em outro ambiente. Que riem para você, mas que no fundo não curtem você. Odeio pessoas que não assumem as suas verdades, que dão desculpas esfarrapadas. Pessoas que tentam esconder o óbvio. Pessoas que abandonam as outras em detrimento de si mesmas. Pessoas que desconsideram a sua dor.
Odeio as pessoas que se dizem generosas e no fundo são as maiores egocentricas que existem. Visam seu próprio prazer.
Amo fotografar flores, pessoas, paisagens em geral, passar horas no photoshop tentando otimizar as fotos.
Odeio a minha boca amarga e apimentada do remédio que diz curar, o ressecamento e o envelhecimento da pele,odeio meu cabelo ralissimo, odeio depender do dinheiro alheio para sobreviver, odeio prestar contas do que comprei no mercado, odeio deboches e sarcasmos desnecessarios. Odeio pessoas agressivas, rancorosas, que invalidam os 90% de bom que você fez pelos 10% de erros cometidos.
Amo minha filha, sua maneira doce e sincera de ser, seu humor, seu talento em imitar pessoas, sua dedicação ao que realmente interessa, seu sorriso e seus apartes espontaneos.
Amo meu filho e seu humor ferino, sua inteligencia e perspicácia, suas resoluções práticas e objetivas.
Amo ouvir "Te amo", que sou importante, que sou valiosa, que sou profissional de mão cheia.
Odeio os pacientes que não tem consideração, que somem do consultório sem um adeus sequer, que não me deixam trabalhar pois faltam as sessões ou chegam muito atrasados.
Odeio o calor, a estação chamada verão. Mas amo o outono, as folhas amareladas caídas no chão, o friozinho repentino ao cair da tarde. Dormir de cobertor, dia de chuva e chocolate quente.
Amo ir para o Rio, simplesmente para passear, olhar as pessoas e divagar sobre elas... imaginar como elas vivem, como lidam com seus problemas.
Amo ajudar as pessoas e percebe-las melhor e mais confiantes.
Amo ter dinheiro sobrando na carteira e poder comprar uma coisa vã.
Amo ter segredos e não dividi-los com ninguem.
Odeio quando fazem julgamento errado a meu respeito, que colocam palavras em minha boca que eu nunca disse.
Amo me sentir desejada. Amo seduzir. Quer coisa melhor?
Amo entrar no avião e voar para bem longe, muito longe mesmo. Viagens proximas não me interessam. Amo conhecer o mundo, observar os costumes, a cultura em si. Falar outra língua, me sentir como se eu vivesse lá.
Amo dirigir e ouvir musica. Dirigir pelas estradas, de preferencia. Odeio o transito, o engarrafamento.
Odeio me sentir incapaz de resolver problemas domésticos. Odeio não saber costurar.
Odeio críticas infundadas, palpites desnecessários, aprisionamento. Prefiro a liberdade.
Amo a liberdade. Amo a familia que construí. Amo tudo que meu pai me ensinou, o carinho que ele me devotou, amo minha mãe e o seu cuidado comigo. Mesmo doente e desconectada desse mundo, quando ela me vê abre um sorriso sincero e diz que me adora.
Odeio fazer exames, tomografias, ressonancias, mamografia, ultrasonografia. Odeio ir ao médico e descobrir coisas ruins. Não gosto mesmo de ir ao médico.
Amo aquela preguiça que dá de levantar da cama no domingo. Odeio domingos.
Amo que alguem me toque: mexa nos meus cabelos e na minha cabeça, nas minhas costas, nos meus braços e nos meus pés. Amo aquele que me protege e diz que vai cuidar de mim.
Amo uma massagem com muitos oleos e cremes.
Amo ar condicionado. Amo maquiagem. Amo saltos bem altos.
Odeio chinelos. Odeio homens de sandália. Odeio homens sem perfume. Odeio homens insensíveis, machões, grossseiros, sem noção.
Amo piadas engraçadas, amo rir, rir muito até doer a barriga. Ouvir insanidades.
Amo meu netbook. Amo ficar online e descobrir várias coisas. Amo meu faro detetivesco.
Amo ler biografias interessantes. Amo livros de psicologia. Amo cruzadox, criptogramas.
Odeio gente lerda na fila do banco.
Odeio me deprimir.
Amo minha casa cheia. Amo festas. Amo dançar. Amo meu cachorrinho. Sem ele não vivo!
Odeio envelhecer.
Amo a minha mente jovem.
Amo Tarô, Numerologia e Astrologia. Amo imãs de geladeira.
Amo a maternidade. Amo ser mãe de todos. Protege-los, defende-los.
Amo ser surpereendida com coisas que nem imaginei ou que julguei impossível.
Odeio ganhar guarda-chuva, lencinho, perfume da Natura. Odeio Natura.
Amo Clinique, Issey Myake, MAC, Bourjois, Sain't Laurent, Jean Paul Galtier.
Odeio pensar em Futuro. Que futuro, cara pálida? Eu vivo de presente!
Cada dia é um dia. E vamos em frente!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Tão longe de mim distante...

...onde irá, onde irá teu pensamento?
Silente, pensativo, insatisfeito, ele ficou aqui parecendo não estar aqui mais. Ele estava longe daqui,mas infelizmente não sei aonde ele estava.
Dessa vez não houve um erro cognitivo, foi percepção e a certeza está na escrita.
Não estou aqui para prender ninguem. Já me sinto presa a um diagnóstico que nunca pedi , sou refém de uma situação da qual não posso mudar. Meu corpo está cansado, minha alma ferida, minha vaidade comprometida, minha sexualidade suspensa. O que sou hoje em dia? Uma máquina e nada mais. Com muitos sentimentos e muitas sensações. Às vezes são sensações terriveis e até errôneas, mas a vida tem sido de muitos sofrimentos e perdas. Os ganhos? Poucos.
Procuro tocar o barco adiante,com todas as ondas e marolas... não sei aonde vou chegar... queria mesmo ir embora.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

28 de Outubro

Já estamos em Outubro. O meu aniversário será dentro de 28 dias e hoje é dia 28 de outubro.
Penso no inferno astral que todos os anos bate à minha porta e percebo que ele já começou muito antes do previsto.
Minha alma está tão ferida há tantos anos, que nem sei o que pensar. Acho que me encaixo na música do Roberto "sou fera ferida no corpo e na alma e no coração". Sou mesmo.
Meu nascimento já foi um desgosto para a minha mãe. Enxoval todo azul à espera de Adolpho.
Eu já falei sobre isso nos primórdios desse blog, mas simplesmente não consigo me esquecer dessa rejeição imediata. Deve ser por isso que no meu aniversário fico sempre dividida entre a alegria e a tristeza.
A solidão tem sido minha companheira nos ultimos dias. Gosto de companhias que curtam a minha companhia. Que não se sintam obrigados em me acompanhar. A melhor coisa é a surpresa, o inesperado. De repente você receber uma pessoa, uma mensagem, um telefonema, um e-mail... uma alegria!
Aprendo diariamente que ninguem é perfeito, que as pessoas tem limitações, que os lados ruins devem ser colocados num cantinho e o lado bom muito bem aproveitado. Descobri em mim mais humildade, descobri em mim sentimentos de ciúme e de inveja, descobri tantas capacidades em mim, mesmo embaixo de lágrimas, mas fui em frente. E vou. Vou atravessando essa vida com xelodas, com ardencia na lingua, secura na boca, aplique nos cabelos e muita maquiagem.

domingo, 11 de outubro de 2009

Amor Fiel

Fim de semana com cara de domingo. Todo o fim de semana.

E amanhã é o feriado, espero que não tenha a cara do domingo.

Eu cá tenho meu companheiro, fiel e apaixonado por mim.

Não me larga por nada. Fica alegre sempre que chego e triste sempre que saio.

Ele é o meu maior amigo, o meu querido.

Sem ele a vida não teria a menor graça.

Pois ele traz graça à minha vida.

Com ele não há engano.

Ele é o Bono.


domingo, 27 de setembro de 2009

Equivoco ou Falta de Comunicação?

Existem pessoas, muitas delas, que simplesmente pensam coisas de si mesmas, não se aceitam como são. São preconceituosas consigo mesmas e fazem projeções em cima de outras que na verdade nem estão muito a fim de participar dessas questões delas.
A vida tem tantas coisas para serem vividas e administradas, tem tantos problemas existenciais, problemas de toda a ordem, que não há espaço para nos preocuparmos com o que elas realmente pensam sobre elas mesmas e sobre os outros.
Nessa questão encontramos a falta de comunicação: não seria mais digno a pessoa que aparentemente se dá bem conosco, chegar e dizer o que está pensando e achando?
Mas o orgulho não deixa as pessoas chegarem à conclusão de que são elas próprias as equivocadas, as destrutivas.
Vem cá gente, não era melhor se deitar num divã de um bom analista e se aceitar como são ?

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Os Afetos são Sazonais

Um dia você é importante na vida de algumas pessoas, mas num outro dia você estará esquecida ou deixada de lado por um período, como um casaco que guardamos durante o verão: ele não vai servir nessa estação.
As pessoas usufruem de nós e depois nós não servimos mais para aquele momento em que ela está vivendo. Eu chamo isso de Utilitarismo. Não há como negar.
Não quero dizer que o sentimento acaba, na verdade ele não existiu de fato, não foi real.
A pessoa precisou tanto de você um dia e quando ela está com a vida dela bem engatilhada, para que ela vai procurar por você? Nem mesmo para dar uma boa noticia você não serve mais.
Um dia você ouve cobras e lagartos de seus sobrinhos sobre o pai deles, aí quando esse pai Morre ele passa a ser o ser mais perfeito do mundo. Todo o resto é esqueciso, até você que tanto se dispôs a ouvir, perdeu horas a fio do seu precioso tempo, ligou,visitou, se importou, mesmo sem poder se doar, você se doou.
Mas aí a dor de barriga não dá uma vez só, e quando ela der de novo, você estará lá, cedendo seu tempo e sua energia para aquelas pessoas que nem sequer demosntram mais afeto por você?
Que dizem "Te amo, saudades!", mas nem mesmo uma visita rápida te fazem? Nem mesmo se desculpam por ter esquecido de você. Podem até inverter a situação e dizer que não entendeu nada vocênão aparecer num aniversário em que você não estava passando bem e nem com humor para festas.
Eu não estou falando de carência, estou apenas constatanto que os afetos são sazonais. Duram algumas estações. E muitos deles nem sequer existiram.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Vida

Não posso dizer que minha vida é sem sentido. De jeito nenhum. Eu consegui muitas coisas na minha vida: consegui fazer uma universidade e viver do trabalho que ela me deu (muita gente não consegue isso), namorei bastante na minha juventude, me casei, tive 3 filhos, sendo que um nasceu e morreu imediatamente após ser retirado do meu ventre, e me fez cair numa depressão 3 meses depois.
Aos 28 anos descobri um nódulo na tireóide. Lá fui eu para a mesa de cirurgia. Acordei mongol da anestesia, mas fiquei firme na chata recuperação. 6 anos depois, quando minha filha tinha 1 ano, descubro que aqueles nódulos da tireóide eram carcinomas papiliferos e apareceu uma metastase no pescoço. Lá fui eu pra outra cirrurgia. 3 anos depois, outra metastase no pescoço, mais uma cirurgia.
Anttes disso, em 1986, fui pela primeira vez realizar um sonho: conhecer New York e Miami. Estava em plena síndrome do panico, desenvolvida depois da perda do bebe em 1983. Mas fui assim mesmo, me sentindo insegura e tudo o mais. Conheci toda a costa leste americana de carro.
Em 1987 resolvemos aceitar a proposta do meu pai para construir uma casa de madeira no terreno dele em Itaipú.
Foi complicado porque uma de minhas irmãs não achou boa ideia e ficamos estremecidas por vários anos, desnecessariamente.
Em 1988 eu me mudei para a casa. Uma casa de Mickey, digamos assim. Lindinha.
O ano de 87 e 88 foram anos de muita reza, eu queria muito mais um filho. Em janeiro de 89, me descobri grávida e lutei para manter essa gravidez pois meu marido rejeitou absurdamente. Peitei e fui em frente. Ganhei uma filha e uma luz passou a brilhar dentro de mim.
Tudo que não consegui ser para Guilherme, fui para Luiza. Presente, participativa, paciente, tudo de bom.
A vida vinha bem, com seus altos e baixos de toda familia, as vezes o dinheiro escasso...às vezes o dinheiro brotava.
Em 1995 surgiu a grande oportunidade: conhecer Los Angeles. Minha cunhada estava morando lá e eu só precisava pagar a passagem e levar um dinheiro pra gastar. Fui com minha irmã e foi uma das melhores viagens que fiz. Foram 10 dias lindos, com muitos passeios e muita diversão. Me senti como se pertencesse aquele mundo.
Porem em abril de 97, apareceu um nódulo na mama esquerda. Corri para o medico e a cara dele não foi das mais animadoras. Mudei de médico e o diagnostico de cancer foi me revelado. Eu pensei: outro?
Fiz dezenas de exames, um em particular me traumatizou:> corebiopsia. Quase desmaiei. Mas fui em frente: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, muitos vômitos, careca, usando peruca direto. Foram 4 meses de tratamento. Quando estava para acabar a radio,perguntei a mamãe se não podiamos passar meu aniversario em Los Angeles, mas dessa vez visitariamos San Francisco e San Diego. Deu tudo certo e eu, minha mãe,meu marido, Luiza e um casal de amigos viajamos para passar mais 10 dias.
Eu ainda estava meio exausta, mas estava com pique de conhecer outras coisas.Foi incrível.
Em 1998, conversando com meu oncologista, ele me convidou para dar uma palestra no Clube da Mama, no Hospital Santa Rosa. Dali pra frente, passei a frequentar o Clube até ele acabar, passei a atender pessoas com cancer. Eu pedi ao meu medico que me mandasse pacientes e que me deixasse ficar na clinica 1 vez por semana para ajudar os necessitados.
Em 2005, outra paulada: 6 nodulos no pescoço. Metastases da tireóide, só que dessa vez precisei tirar toda a glandula ou seja: mais uma cirurgia. Foi retrirados a glandula e os nodulos, esvaziaram toda a cadeia gangionar do pescoço. Depois dessa cirurgia, fiquei 2 dias no Barra D'or tomando iodo radioativo. Fiquei isolada num quarto chumbado, sozinha. Mas saí ilesa dessa.
Hoje ainda trabalho com doentes com cancer, ouço muitos casos. Pensava que estava curada, quando em 2007 apareceram recidivas em minha coluna e no meu fígado.Logo após o surto psicótico de minha mãe em março. Desbunde total, revolta, mas me convenceram a continuar "porque vc é guerreira, né?".
Ok, vamos para mais esta etapa.Administrar o tratamento e a psicose de mamãe.
Assim que essas recidivas apareceram, eu pensei: "vou morrer e não conheci Paris". Minha irmã falou: "de jeito nenhum, vamos dar um jeito". Em março de 2009, surgiu um comprador para um terreno do meu pai em Guarulhos. O terreno por estar invadido foi vendido por 25.000 reais. Dividimos o dinheiro e pronto, fui para Paris e Londres em 2 de maio de 2009. Mesmo com algumas dores, não perdi meu humor. Ri de tudo, aproveitei o maximo.
]á estamos em Agost de 2009, continuo em tratamento, continuo trabalhando e agora tenho que administrar a minha solidão. Os filhos estão encaminhados: o filho é jornalista do jornal O Dia e vai se mudar para o Rio. A filha faz faculdade `a noite, namora firme e sai praticamente todos os dias. E eu estou aqui, tentando suprir a carencia e não deixar a peteca cair,mas aí eu me pergunto: para que? O que me reserva o futuro? O futuro existe?

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sem Sol


O sol que tantas vezes me iluminou, me aqueceu, me chateoou, me cansou, que me deu energia, não poderei te-lo mais.
Terei a companhia do filtro solar 60, apenas.
O dia amanheceu cinza...mesmo o sol saindo um pouco mais tarde, foi cinza.
Eu não queria mais existir, como ainda não quero, porque o proximo instante é totalmente desconhecido e eu temo pelos degraus que precisarei descer...

domingo, 21 de junho de 2009

Assim caminha a humanidade


Os filhos são tudo na nossa vida, pelo menos na minha.
Eu vivi todos esses anos em função deles. Fui uma mãe regular para Guilherme, mas uma ótima mãe para Luiza. Aos 33 anos, me senti completa para educa-la, ama-la, participar melhor da vida dela.
Quando Guilherme nasceu, havia uma ansiedade maior, e quando ele ia fazer 1 ano de idade, perdi um filho, que nasceu a termo, mas com problemas genéticos.
Minha mãe, quando eu nasci, tinha 36 anos. Não havia planejado gravidez nenhuma, mas procurou ser uma mãe presente, mesmo trabalhando fora. Ela conta que ficou de licença 10 meses, só me amamentando. Deve ser por isso que eu sempre fui grudada com ela. A ponto de achar bom ficar doente para poder te-la em casa só cuidando de mim...
Agora é dificil ver que ela está muito mais minha filha do que minha mãe. Que ela pode partir a qualquer momento e deixar um vazio enorme no meu peito.
Por conta disso, me percebi órfã. Um dia não terei mais aquela pessoa que me perguntava "se eu precisava de alguma coisa", que me dizia "tudo vai ficar bem".
E assim caminha a humanidade: ganhos e perdas, basta sabermos administrar.

Mamãe entre nós - 2002

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O acaso... é um Deus e um diabo ao mesmo tempo.

Essa frase de Machado de Assis é perfeita para o momento que estou vivendo.
Se eu quisesse, eu daria uma boa detetive, porque mesmo quando não estou procurando nada, encontro alguma coisa que acredito precisar saber.
Eu já procurei muitas coisas e achei, e o que dizer das coisas que não procurei e encontrei?
Algumas foram ótimas, outras foram cruéis.
O ditado popular diz que "o que os olhos não veem, o caração não sente", mas e quando o coração já sente e só falta ver?
Aí você fala sobre o assunto, argumenta, e o outro não colabora em nada. Diz que é melhor não saber, que diferença faz? Faz muita diferença para mim!
Eu tenho urgência em saber de tudo! Sou curiosa ao extremo, me interesso por várias coisas ao mesmo tempo, não sou burra...
Acabo sendo obrigada a lidar com uma raiva interna, com a sensação de engano , que absolutamente não gosto de sentir.
Doente ou não, não importa, a minha necessidade é saber.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Se o meu mundo caiu, eu que aprenda a levantar


Estou tocada pela minissérie "Maysa". Percebo nela alguns aspectos meus.
Me lembro de várias músicas dela. Minha irmã Beatriz tinha alguns LPs.
"Ouça", "Meu Mundo Caiu", "Noite do meu Bem" e por aí vai...
Maysa tinha os altos e baixos dela assim como eu e a torcida do flamengo temos.
Por mais que eu tenha a consciência de tudo que me cerca, de tudo que sinto, procuro não me deixar abater. É complicadíssimo isso. Ao mesmo tempo que quero me deitar e descansar, quero sair dançando e usufruir da minha alma jovem. O corpo, infelizmente, muitas vezes não aguenta.
Mas como diz a musica de Maysa, eu aprendo a me levantar sempre. A vida é um eterno aprendizado. Viver é uma arte.