quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vento Bravo

O Vento sopra de uma maneira agradável agora. Quero que ele traga boas energias para mim.
Adoro o vento no rosto, levantando a saia, esfriando os problemas, amortecendo a dor.
A chuva vem com a força dos trovões e me dá uma certa preocupação: vai cair chuva dentro do meu quarto novamente? Sempre cai, eu sempre me irrito, e não consigo tomar a providencia necessária. Aliás, não tenho conseguido providenciar as coisas que eu gostaria na minha casa por falta de proventos, veja só!
Tudo bem que a vida não é só dinheiro. Tem outras coisas para desfrutarmos da vida. Mas um pouco mais de proventos seria ideal nesse momento.
O vento bravo tenta empurrar a porta agora. Força da natureza. Tenho medo dela.
Eu comecei o dia preguiçosa, desanimada até. Gostaria de ter dormido mais, de ter tido uma consulta mais alegre e positiva. Não que eu seja negativa, mas infelizmente tenho uma lucidez imensa a respeito de mim mesma, não consigo me iludir.
Em vários momentos de reflexão, não consigo me ater ao seguinte fato: por que essa coisa toda veio para mim?
No filme Chocolate, Vienne chega à cidade pelas mãos do vento e muda a vida de todas as pessoas. Pensando bem, eu venho fazendo isso ao longo da minha vida. Através de meu conhecimento, de meu trabalho, de meus estudos,acabo trazendo mudanças, questionamentos, encontros e desencontros. Coisas da vida, com certeza.
Tudo muito bonitinho, mas estou cansada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Causa e Efeito, Ação e Reação


Nesse mundo que me encontro, aprendi que gentileza gera gentileza.
Tá, eu sou gentil. Sou mais do que isso: sou afetuosa, interessada no próximo.Tenho meus momentos egoistas também, como todo mundo. Mas se eu for colocar na balança, sou mais de dar do que de receber.
Na oração de São Francisco de Assis diz "pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna".
Mas a pergunta que não quer calar é: e se você sempre deu o melhor de você e de repente você é esquecido ou ignorado sem explicações? Se as pessoas não conseguem entender o seu momento de fragilidade? Se você faz um comentário sincero e é mal interpretada? Você vai achar o que?
Ação e Reação: vou me distanciar, vou sofrer calada , porque aqueles que diziam sempre te adorar estão se comportando de forma incompreensível e equivocada.
Vocês querem saber de uma coisa? A cada dia me apaixono mais pelo meu cachorro.
Quando chego da quimioterapia, quem está me esperando? O meu cachorro.
Quando estou feliz, quem está do meu lado? O meu cachorro.
Quando estou chorando, quem chega e se deita aos meus pés? O meu cachorro.
Os amigos? Aonde estão? Pensando na vidinha deles. Então vou pensar na minha. Darei a mim mesma a gentileza que mereço.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Amo e Odeio

Amo o som das guitarras, a batida do rock no ultimo grau de volume, identificando o baixo e a bateria. Que delicia ouvir o Queen tocando Don't Stop Now, Roger Daltrey e Pete Townshend cantando "See me, Feel me", Sting pulando com seu baixo tocando e cantando Message in a Bottle, Paul McCartney cantando "Another Day"... o rock é a revolução de uma era. Eu participei dessa era. Mas não vivo de passado. Quem gosta de passado é museu e brechó. Sou saudosista.
Odeio ir a brechós fedorentos, odeio as certezas que algumas pessoas tem em relação a tudo e todos, como se o que elas dissessem fossem o que vale. Odeio quem não se coloca no lugar do outro e sente a dor que o outro sente. Odeio hipocrisias, aquelas que as pessoas mostram uma coisa e fazem o contrario quando estão em outro ambiente. Que riem para você, mas que no fundo não curtem você. Odeio pessoas que não assumem as suas verdades, que dão desculpas esfarrapadas. Pessoas que tentam esconder o óbvio. Pessoas que abandonam as outras em detrimento de si mesmas. Pessoas que desconsideram a sua dor.
Odeio as pessoas que se dizem generosas e no fundo são as maiores egocentricas que existem. Visam seu próprio prazer.
Amo fotografar flores, pessoas, paisagens em geral, passar horas no photoshop tentando otimizar as fotos.
Odeio a minha boca amarga e apimentada do remédio que diz curar, o ressecamento e o envelhecimento da pele,odeio meu cabelo ralissimo, odeio depender do dinheiro alheio para sobreviver, odeio prestar contas do que comprei no mercado, odeio deboches e sarcasmos desnecessarios. Odeio pessoas agressivas, rancorosas, que invalidam os 90% de bom que você fez pelos 10% de erros cometidos.
Amo minha filha, sua maneira doce e sincera de ser, seu humor, seu talento em imitar pessoas, sua dedicação ao que realmente interessa, seu sorriso e seus apartes espontaneos.
Amo meu filho e seu humor ferino, sua inteligencia e perspicácia, suas resoluções práticas e objetivas.
Amo ouvir "Te amo", que sou importante, que sou valiosa, que sou profissional de mão cheia.
Odeio os pacientes que não tem consideração, que somem do consultório sem um adeus sequer, que não me deixam trabalhar pois faltam as sessões ou chegam muito atrasados.
Odeio o calor, a estação chamada verão. Mas amo o outono, as folhas amareladas caídas no chão, o friozinho repentino ao cair da tarde. Dormir de cobertor, dia de chuva e chocolate quente.
Amo ir para o Rio, simplesmente para passear, olhar as pessoas e divagar sobre elas... imaginar como elas vivem, como lidam com seus problemas.
Amo ajudar as pessoas e percebe-las melhor e mais confiantes.
Amo ter dinheiro sobrando na carteira e poder comprar uma coisa vã.
Amo ter segredos e não dividi-los com ninguem.
Odeio quando fazem julgamento errado a meu respeito, que colocam palavras em minha boca que eu nunca disse.
Amo me sentir desejada. Amo seduzir. Quer coisa melhor?
Amo entrar no avião e voar para bem longe, muito longe mesmo. Viagens proximas não me interessam. Amo conhecer o mundo, observar os costumes, a cultura em si. Falar outra língua, me sentir como se eu vivesse lá.
Amo dirigir e ouvir musica. Dirigir pelas estradas, de preferencia. Odeio o transito, o engarrafamento.
Odeio me sentir incapaz de resolver problemas domésticos. Odeio não saber costurar.
Odeio críticas infundadas, palpites desnecessários, aprisionamento. Prefiro a liberdade.
Amo a liberdade. Amo a familia que construí. Amo tudo que meu pai me ensinou, o carinho que ele me devotou, amo minha mãe e o seu cuidado comigo. Mesmo doente e desconectada desse mundo, quando ela me vê abre um sorriso sincero e diz que me adora.
Odeio fazer exames, tomografias, ressonancias, mamografia, ultrasonografia. Odeio ir ao médico e descobrir coisas ruins. Não gosto mesmo de ir ao médico.
Amo aquela preguiça que dá de levantar da cama no domingo. Odeio domingos.
Amo que alguem me toque: mexa nos meus cabelos e na minha cabeça, nas minhas costas, nos meus braços e nos meus pés. Amo aquele que me protege e diz que vai cuidar de mim.
Amo uma massagem com muitos oleos e cremes.
Amo ar condicionado. Amo maquiagem. Amo saltos bem altos.
Odeio chinelos. Odeio homens de sandália. Odeio homens sem perfume. Odeio homens insensíveis, machões, grossseiros, sem noção.
Amo piadas engraçadas, amo rir, rir muito até doer a barriga. Ouvir insanidades.
Amo meu netbook. Amo ficar online e descobrir várias coisas. Amo meu faro detetivesco.
Amo ler biografias interessantes. Amo livros de psicologia. Amo cruzadox, criptogramas.
Odeio gente lerda na fila do banco.
Odeio me deprimir.
Amo minha casa cheia. Amo festas. Amo dançar. Amo meu cachorrinho. Sem ele não vivo!
Odeio envelhecer.
Amo a minha mente jovem.
Amo Tarô, Numerologia e Astrologia. Amo imãs de geladeira.
Amo a maternidade. Amo ser mãe de todos. Protege-los, defende-los.
Amo ser surpereendida com coisas que nem imaginei ou que julguei impossível.
Odeio ganhar guarda-chuva, lencinho, perfume da Natura. Odeio Natura.
Amo Clinique, Issey Myake, MAC, Bourjois, Sain't Laurent, Jean Paul Galtier.
Odeio pensar em Futuro. Que futuro, cara pálida? Eu vivo de presente!
Cada dia é um dia. E vamos em frente!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Tão longe de mim distante...

...onde irá, onde irá teu pensamento?
Silente, pensativo, insatisfeito, ele ficou aqui parecendo não estar aqui mais. Ele estava longe daqui,mas infelizmente não sei aonde ele estava.
Dessa vez não houve um erro cognitivo, foi percepção e a certeza está na escrita.
Não estou aqui para prender ninguem. Já me sinto presa a um diagnóstico que nunca pedi , sou refém de uma situação da qual não posso mudar. Meu corpo está cansado, minha alma ferida, minha vaidade comprometida, minha sexualidade suspensa. O que sou hoje em dia? Uma máquina e nada mais. Com muitos sentimentos e muitas sensações. Às vezes são sensações terriveis e até errôneas, mas a vida tem sido de muitos sofrimentos e perdas. Os ganhos? Poucos.
Procuro tocar o barco adiante,com todas as ondas e marolas... não sei aonde vou chegar... queria mesmo ir embora.