sábado, 4 de dezembro de 2010

Amor Indelicado


Eu passei todo o mes anterior ao meu aniversario tentando elaborar ao maximo o meu inferno astral. Não adianta, o inferno astral bate à nossa porta 1 mês antes do dia do aniversario.
Teve um dia que saí da linha, me irritei, falei demais, sem dó nem piedade. Mas aí fui me reeducando. Não podia mais me deixar envolver por essa onda de emoções.
Trouxe de volta o meu positivismo, bem sagitariano mesmo. Fiquei legal, bem disposta, não reclamei de nada e aguardei o dia 26 chegar.
Uma semana antes, fui na Oncologia Clinica. Tudo tranquilissimo.
Talvez se eu tivesse escolhido ficar sozinha, viajar para algum lugar legal, tivesse me sentido melhor e mais feliz.
No dia anterior, senti um clima diferente tomando conta da casa. Percebi que aquilo ali não ia acabar bem. Finalmente, ao acordar, já me deparo com cenas histericas.
Me parece que o meu aniversario incomoda.
Mas ok, vou em frente. Planejei almoçar com minhas 3 irmãs. Só foram duas. Ok.
Volto do almoço e compro para mim mesma uma torta.
Passo a tarde sozinha. Meus filhos sairam para comprar presente para mim.
Acabei cochilando. O tedio estava me rondando.
Ganhei 2 lindos presentes dos filhotes. Muito fofos mesmo. E mais nada.
Pensei em minha mãe. Primeiro aniversario sem ela... E ele? Dormindo todo o dia. Roncando solenemente. Literalmente não estava nem aí para o meu dia.
Ainda tem coragem de afirmar que sou o amor da vida dele. Amor???
Mas que amor indelicado! Não me deu um presente! Nem mesmo a sua companhia!
Acha que me ajudar a pagar contas é mais do que uma prova de amor.
Ah... como era bom no tempo em que meu pai tocava pandeiro, bebia varias Brahmas Extras e sempre presenteava minha mãe com seu afeto e delicadeza. Às vezes trazia um perfume frances ou uma jóia.
Assistindo ao longo de minha vida aquele casamento que deu tanto certo, eu me imaginava casada e feliz. Esperei por atitudes que nunca foram tomadas. Não tinha que esperar nada, idealizar nada. Apenas aceitar como era ou acabar com tudo.
Provavelmente não correspondi às expectativas dele. Ele tentou me enquadrar. Adoeci.
E não quero adoecer mais. Sou livre e preciso exercer a minha liberdade.