quarta-feira, 30 de abril de 2008

Longe de Casa

Ainda na minha infância, costumávamos ir aos domingos almoçar no Leblon , na casa de meus tios Maria e Omar. Minha avó Iria (mãe do meu pai) morava com eles.
Nós pegávamos 1 ônibus até as barcas, atravessávamos a baia de guanabara e quando chegávamos na Praça XV, pegávamos o 415 para o Leblon.
Aqueles almoços eram ótimos. Minha tia Maria tinha 7 filhos e alguns netos. O programa "O Fino da Bossa" era o mais visto, assim como o LP de Elis e Jair não saia da vitrola daquela casa.
As risadas ecoavam em toda aquela casa, enorme por sinal, com vários quartos e banheiros. A casa era linda, bem decorada, um luxo!
Eu era muito agarrada com minha mãe. E assim como ela, se eu comesse demais ou algo diferente, ficava com náuseas e às vezes vomitava. Era aquele deus nos acuda. Eu ia pra cama dela e ficava lá até melhorar.
Ao mesmo tempo que eu odiava passar mal, também achava bom ficar de cama porque minha mãe não ia trabalhar e se dedicava exclusivamente a mim, me fazendo todos os caprichos.
Era chato quando ela saia pro trabalho e só voltava às 3 da tarde. Eu sentia falta dela.
Mudamos da Rua Domingues de Sá para um apartamento no Ingá, na rua Presidente Pedreira.
Lá conheci 4 amigas: Ana Lucia, Martha, Maria Celia e Silvinha.
Brincávamos de tudo: pique, boneca, queimado, concurso de miss, e Barbie! Meus Deus, Ana Lucia sempre tinha uma Barbie importada para brincarmos. Nesta época havia sido lançada nom mercado a boneca Susi. Minha mãe me deu uma. Eu elvava para a casa de Ana Lucia mas quando chegava lá sempre perguntava se podíamos trocar de boneca. :)
Enfim, essa parte da minha infância foi imensamente divertida. Foi aí que fui estudar no São Vicente de Paulo. Mas antes fiz uma prova para o Centro Educacional, mas perdi em Matemática.
Ana Lucia tinha uma casa em Teresópolis e sempre levava a mim e a Maria Celia pra lá.
Acompanhei a trasformação de uma casa pequena em uma casa muito confortável e com piscina.
Quando estava lá, percebia o quanto o pai dela era cuidadoso com ela e os irmãos. Sempre na hora de dormir ele ia até as camas e cobria e dava Boa Noite. Eu pensava: "poxa, que legal isso. Meu pai nunca fez isso". Eu ficava com uma certa bronca do meu pai por ele não ser tão afetivo. Na verdade ele era afetivo apenas quando bebia. Talvez por este motivo eu nunca me incomodei com a bebida dele.
Algumas vezes, em Teresópolis, eu sentia saudade de minha irmã Beatriz. Aí eu escrevia uma carta, até chorava, e botava no correio. Eu ficava lá sempre 1 semana ou 10 dias.
Gostava sempre de estar longe de casa, mas ao mesmo tempo sentia falta do carinho de minha mãe.
Aos 8 anos no Campo de São Bento


Turma do Admissão no São Vicente


Aos 10 anos na casa de Tia Maria, com minha mãe, Gegena e Gina(netas de minha Tia Maria)


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